domingo, 14 de outubro de 2012

As aves que encontramos em Botswana

Falamos muito durante o ano passado, sobre a vida selvagem em Botswana.
Mas sempre que pensamos em vida selvagem, nós lembramos das zebras, leões, elefantes entre outros animais que povoam nossa imaginação.
Mas os animais exóticos não estão só na terra. Eles voam também e não é lá muito fácil capturar imagens desses animais, entretanto, eu consegui algumas muito bonitas.
Durante nossa estada por lá, descobrimos que os pássaros mais frequentes são os caçadores, as aves de rapina. Urubus e águias que ficam á espreita esperando por uma carcaça ou alguma presa para capturar. Algumas corujas também fazem da selva africana o lugar para caçar.
Mas foi pelo hornbill que eu me apaixonei e não me cansava de fotografá-lo sempre que podia.
No Camp Meno A Kwena, eles estão por toda parte, não são hostis e são fáceis de serem encontrados e algumas vezes até posam para fotos.
São animais tropicais ou sub tropicais de origem africana. Caracterizam-se por seus bicos longos e curvados para baixo geralmente de cores chamativas, língua curta. São pássaros que se alimentam de frutas, insetos e pequenos animais.
Como a maioria dos pássaros são monogâmicos e suas fêmeas colocam até 6 ovos de uma vez.

Enfim, vamos aos pássaros.
Esse é o Horbill de bico amarelo... o mais fácil de encontrar por lá!
Depois posto os outros pássaros que encontrei. bjk a todos!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Antílopes miniatura

Quem sou eu?


Pois é, até agora ainda não descobri o nome desse espécime de antílope que vive no parque nacional de Botswana.
Ele é o chihuahua dos antilopes, de verdade, o menor exemplar da espécie.
Tão pequeno que na primeira vez que vi, pensei que fosse um filhote, mas não, esse bonitão aí é um adulto jovem.
Eles são muito rápidos e fogem ao menor sinal de perigo. são mais baixos do que a vegetação e se camuflam nela.
O fato mais curioso é jamais encontrar seu bando. Essas pequenas criaturas, ficam espalhadas, aqui e alí, como que informantes do perigo.
De fato, eles possuem uma curiosa maneira de se protegerem dos ataques felinos, simplesmente ficando separados. Ao sinal de perigo eles vão se comunicando e juntos, porém separados, fazem a proteção do bando... 
É muito divertido procurar por eles no game drive, porque eles são minusculos, do tamanho de um cachorrinho com orelhas imensas... O que significa que ouvem exageradamente!
E correm como ninguém, como diriam os escoteiros... Sempre alerta!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

LEÕES - Ao som e sabor da Imaginação

A imagem que me vem em mente quando penso na nos países africanos (ao sul pelo menos): LEÕES!

Depois de 16 dias em solo africano, ouvimos muitos turistas comentarem sobre essas criaturas magníficas, os verdadeiros reis da selva, os Leões. Ficamos muito empolgadas no nosso primeiro game drive... Claro que queríamos ver hipopótamos, rinocerontes, elefantes, girafas... mas também queríamos ver os reis... sua majestade o leão. 
Ah, nosso primeiro game drive foi tão emocionante tudo tão inspirador que até nos esquecemos dos leões... vimos elefantes e girafas... tão gandes... 
Mas tivemos a oportunidade de mais uma vez ir a um game drive... frustrante... não vimos nada... só um avestruz parado no meio do caminho, ocupando tudo tudo...
E como era grande o avestruz.... Avestruz!!!!!!!

Mas os leões tinham desaparecido... haviam se escondido sabe-se lá onde. Para nossa tristeza, não estavam visíveis.
Então numa madrugada de festa no rio, despestamos em outro sentido. 
A audição suprindo todos os outros sentidos. Ouvimos os leões rugindo. Tão alto, tão poderosos, que poderiam estar do nosso lado. E estavam. Sonoramente erámos capazes de jurar que se saíssemos da tenda, as 5h da manhã, poderiamos vê-los através de seus rugidos.
De fato estavam eles muito proximos.
Foi maravilhoso, uma sensação única poder ouvir os reis da selva tão pertinho... quase como um carinho.
Não importa que não experenciamos com a visão. mas quando se está na selva, tudo é imprevisivel... É assim a natureza, exige de nós alerta máximo em todos os nossos sentidos. Desperta-nos para todo o tipo de sensação e também intuição.
Não foi dessa vez que vimos os leões, mas certamente não faltarão oportunidades, pois ja aprendemos o caminho de volta... ;-)
Não é porque não vimos, e não fotografamos, que não sentimos sua presença lá. A experiência sonora do contato com este felino foi tão ou mais interessante que a visão. Os sons da selva são tão atraentes, ou mais do que aquilo que podemos ver ou tocar. Lidar com a imaginação é algo que os adultos não estão acostumados. Nós, somos artistas, adultas, mas nossa imaginação continua como a das crianças, intocada... estimulada... sensacional.
Eu posso dizer que vi o leão. Não com os olhos, mas com o ouvido e a imaginação!
Vale ouvir a vida é uma experiência sem comparação!

sábado, 8 de outubro de 2011

Banho sustentável!

A melhor coisa de estar em contato com a Natureza é saber que dá para se ter conforto sem precisar agredir o meio ambiente.
Durante nossa estada em Botswana, a hora do banho era o momento mais aguardado por mim.
Nosso banho era preparado por nós mesmas... Um momento divertido, inteligente e sustentável.

Caixa de metal onde ficavam armazenados 4 baldes com água
sistema de aquecimento solar
Ao lado do nosso chuveiro, havia uma caixa retangular de ferro com tampa de vidro e lá dentro, quatro baldes de água tomavam sol o dia todo e logicamente esquentavam muito.
Uma vez quente, a água era transportada para outro balde, nosso chuveiro propriamente dito.
O que entendemos por hora do banho, ou seja, chuveiro, era um balde com uma ducha acoplada alçado a uma altura razoavel, por um sistema de roldana...
Nós tomavamos nosso banho quentinho, super relaxante pois nosso box era a céu aberto e melhor, super ecologicamente correto.
Um único balde de água dava para lavar o corpo, cabelos e ainda nossas roupas íntimas, ou seja, ótima relação custo benefício... Algumas vezes Camila e eu dividíamos um balde, isso se o banho fosse rapidinho, sem lavar a cabeça... Naquele caso, dava para dividir o conteúdo de um balde...
Sistema de roldana para suspensão do balde... chuveiro
acoplado.
Enfim, vale lembrar - quando estivermos tomando banho no conforto das nossas casas - que a água do planeta está em extinção!
Então, porque não fechar o chuveiro para lavar os cabelos?
E... que tal usar a ducha com metade da potência, especialmente quando precisamos esperar a água aquecer? Afinal, não há necessidade de abrir todo o chuveiro enquanto esperamos!
E lá vão mais algumas dicas para um banho ecologicamente correto!
Atualmente é possível encontrar no mercado produtos de banho não agressivos ao meio ambiente, são aqueles bio degradáveis... Em Botswana tivemos a sorte de ter a nossa disposição alguns desses produtinhos. Todos produzidos pelos moradores locais... Uma delícia.




:-) Breve postaremos o vídeo do nosso banho!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Histórias com H. Homens e Hipopótamos!

..."Meu... o que vocês pensam... Aqui as coisas acontecem!". (Janaina Matarazzo - depois de nos contar uma história verdadeiramente triste de um desastroso encontro de um H Homem com um H Hipopótamo)

Lá pelas tantas, depois que já estávamos bem ambientadas na nossa rotina da selva, entramos naquela fase boa de ouvir e contar os "causos" :-) 
É claro que nossa narradora Janaína não nos poupava de grandes doses de pavor e frases de impacto! Era sempre muito divertido ficar ouvindo suas histórias... Certamente contadas por outra pessoa não teria a menor graça... Mas a Jana conseguia sempre um efeito inusitado na nossa fértil imaginação!

Numa dessas noites lindas de céu estrelado e lua cheia, nos aconchegamos no nosso local favorito do Camp, o tão carinhoso apelidado, zebrário. 

Lá, onde podíamos ver o por do sol e aguardar pacientemente o badalar do sino anunciando  o jantar juntamente com as zebras, as vezes gnus e outras vezes os avestruzes e elefantes...
Lá... onde o clima era tão calmo e inebriante, desde a decoração rústica  até a luz acobreada do sol poente, passando pelo som das zebras, pelo divino sabor de samosas e vinho branco, onde tudo era um convite a relaxar e conversar... Nós soubemos dessa triste historia com H.
E foi mais ou menos assim...
Numa dessas noites, pouco antes do sol se por vimos o emergir de uma cabeça... Em seguida um corpo gigantesco nadando graciosamente rio abaixo... Pouco depois, um comentário...
Hipo!
Hipo!
Lá estava ele... "Momento que passa - Hipopótamos que nada"
Foi um momento muito alegre aquele, pois poder observar um hipopótamo seguir tranquilamente seu rumo, ao por do sol, in natura, é, sem dúvida alguma, algo muito difícil.
Acompanhamos deslumbradas seu deslocamento até onde os olhos puderam alcançar... E então sua forma robusta, retangular e escura se perdeu no horizonte junto com o sol que se escondia onde o rio sumia das nossas vistas.
Registramos o momento, pois quando estamos na natureza, logo aprendemos que os instantes são, como diria Monet... "momentos que passam", e assim como faria Monet, com esses momentos que passam e não voltam mais, capturamos tudo num visor digital.
E como na selva tudo vira lição, soubemos que ele, o Hipo, é um animal bastante raro de ser visto, pois passa muito tempo submerso no rio! Já em terra, é tão rápido quanto seu corpo pode aguentar e atinge até 60 kmh, ou seja, é bem mais rápido do que poderíamos julgar... Alerta total, Hipopótamo fora d´água é tão ou mais perigoso do que na água!
..."Se um hipopótamo aparecer aqui, temos que sair correndo!" (Janaína Matarazzo - no dia em que fomos testar as bicicletas e paramos para comer próximas ao rio).
Pois é minha gente, Humanos e Hipopótamos... Um encontro que pode ser fatal!

Voltando àquela noite de contação de casos ao luar... Bom... Soubemos de uma história triste de um jovem local, que juntamente com sua namorada, haviam pego um barquinho, já muito doidos sob efeito de elementos organicos, que não vamos citar, e descido o rio. 
O clima era de romance entre os jovens,  até que o barquinho onde estavam, ousou perturbar o descanço do Hipopótamo.
O bichano, muito incomodado com a presença humana em seu território, atacou o casal, virou o barco e os namorados se viram na água. O corajoso jovem, para ajudar sua amada, travou numa batalha com o Hipo dentro da água e foi abocanhado e morto pelo animal, que até onde sabemos é um dos mais agressivos da selva!
A boca de um Hipopótamo tem uma abertura total e sua força é relativa ao seu peso e tamanho. Embora herbivoro esse animal é muito territorialista e ataca, no melhor estilo franco atirador, para defender seu espaço!
Obviamente ninguém gosta de ouvir uma história tão triste como esta, mas, às vezes é importante saber que no universo selvagem, nem sempre os animais estão em desvantagem em relação aos seres humanos. Há sempre o elemento surpresa!
Observar os animais em seu habitat natural é um exercício lindo e devemos fazer isso sempre que é possivel, pois os animais tem poder, tem energia e por meio de seu comportamento podemos aprender muito sobre as leis da natureza. Entretanto, observar significa também manter-se à uma distância segura e respeitar a individualidade, a dignidade e o espaço do animal.
O morador local sabia que corria riscos ao transitar num barco, a noite, num rio com crocodilos e hipopótamos. Digamos que ele não teve uma atitude muito sensata, convenhamos...
Como diria o slogan:
"Se beber não dirija e se fumar um orgânico, não reme! "
Eis mais uma das leis da selva! 
Ficamos muito tristes ao ouvir o relato de um incidente como o do Hipopótamo, mas como no mundo das sucatinhas tudo se transforma... o desfecho, ou melhor as nossas caras de pânico ao ouvir o fim da história... ah, isso foi hilário.
O poder transformador das nossas mentes criativas, logo transformou a tragédia numa comédia...É assim que as fadas agem...
Depois de ouvir esta tragédia com o morador local, descobrimos que havia sido recente. E então, o comentário da Jana:
" É... Aqui as coisas acontecem!"
Ficamos duras, Camila e eu, e logo o coletivo inconsciente nos levou à perguntar a mesma coisa... 
"Afinal, o que é que estamos fazendo aqui, meu Deus!"
No fim, demos muita risada! Pois ficamos imaginado e comparando a realidade da selva com a nossa em São Paulo.
E nem podemos dizer que na calada daquela noite, já recolhidas em nossa tenda,  fizemos um estardalhaço comparando, pois as noites em Botswana jamais eram silenciosas...
As noites em Botswana pareciam uma festa!
Os animais noturnos celebravam o que quer que fosse, toda noite, e nós, todas as noites nos juntávamos a eles dando sonoras gargalhadas do que quer que fosse! 
Sapos, pássaros, corujas, hienas, bois, grilos, cigarras, leões, esquilos (os mais barulhentos)... Enfim, toda a sorte de animais noturnos transformavam, com a nossa ajuda, a calada da noite numa imensa balada.
E nós, sucatinhas de luxo, ao som da natureza, todas noites, em nossa tenda, antes de dormir, fazíamos um desenho ou um retrospecto do nosso dia e as risadas eram muitas... gargalhadas mesmo, pois a selva que imaginávamos era mais parecida com o desenho do Madagascar, ou do Rei Leão... A realidade era absurdamente inusitada, quase... Surreal!
literalmente zebrando
Era sempre a mesma coisa, antes de dormir inspecionávamos a barraca, ascendiamos a lamparina e nos deitávamos abraçadas com nossas lanternas. Não tardava e logo o som das nossas gargalhadas se misturava aos sons noturnos da sapaiada...
Naquele dia, não sei porque, resolvi desenhar o Hipopótamo devorando o rapaz... Mas não fiz um desenho horrível... Nem pretendia tirar sarro de uma situação tão tragica. Mas, não sei porque, inventei uma história de amor entre Hipo e Humano!
O desenho saiu do meu coração, não foi pensado... Simplesmente aconteceu.  
O Hipo apaixonado por ciume devorou o rapaz... Foi tão espontâneo o desenho que quando terminei e mostrei para a Camila ela não se aguentou e caiu na gargalhada...
Depois de ouvir a história triste minha mente criativa criativa registrou
..."Alê, ficou ótimo... Temos que mostrar para a Janaina amanhã, isso aqui é surreal, parece que estamos num filme amiguinha... Que medo!"
A história realmente não era engraçada, mas da maneira como nos foi contada... E depois, quando na nossa cabana comparamos as tensões da vida selvagem com a vida urbana... Ah! Aquilo tudo parecia tão surreal quanto o filme crocodilo dundee... 
Conclusão:
Mundos muito diferentes... Naturezas opostas convivendo... É claro que nem sempre esse convívio é fácil... mas é bom saber que nem sempre o H dos humanos leva vantagem... Especialmente se encontra o H dos hipopótamos!
Enfim... a história não é linda, mas o desenho.... esse ficou impagável e rendeu muitas risadas no dia seguinte quando mostramos para a Janaina. 






quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Onde moram os escorpiões?

Assim como as milhares estrelas que enfeitam e enchem de alegria o céu noturno de Botswana, dezenas de pequenas meias luas estampam a areia escaldante do deserto de Kalahari!
Luas na areia? Pois sim!
Aprende-se muito na selva... Logo descobrimos com os bushman que lindas meias luas na areia escondem animais discretos, silenciosos e perigosos.
Bem vindo ao lar dos escorpiões!
Entre sem bater! Se não puder passar pela pequenina fenda... Se não tiver o líquido para encolher da Alice no País das Maravilhas... Faça como os Bushman... Cave logo!
A brincadeira bushman começa cavando as luas até encontrar o ilustre morador... Depois é só brincar com ele como se o perigoso e envenenado ferrão em sua cauda fosse apenas um acessório que torna a brincadeira mais animada. A brincadeira muito respeitosa (bincadeira e respeito duvidoso) termina com muito cuidado quando devolvem o animalzinho para seu lar refeito. Ah sim eles, os bushman, tomam o cuidado de refazer o lar do escorpião. Uma atitude respeitosa com a natureza antissocial do bichinho.
Nós reles turistas agradecemos, pois confesso que meu primeiro contato com um escorpião me arrepiou toda. Se pensarmos na violência urbana o escorpião perde em periculosidade e tamanho... mas na selva, sem energia elétrica.... à noite... com ou sem lua cheia e milhões de estrelinhas brilhantes... Evitar as meias luas é uma atitude de bom senso.

Era uma vez um escorpião amarelo gigantesco que quase se parecia com uma lagosta!
Um dia turistas e bushman encontraram sua lua... Lua em escorpião diriam os astrólogos.. E logo ele, que de tão discreto se esconde na areia, deu o ar de sua beleza!
Perturbamos sua paz... destruimos sua lua... reconstruímos sua casa.
Descobrindo que há beleza beleza e atitude num escorpião e que assim como no zodíaco, são criaturas misteriosas e obervadoras... tem um olho no topo da cabeça. Um olho telescópico!
Sem mais palavras...
Olhos nos escorpião!
Melhor mostrar logo... Como eu gosto de fazer...
Fotos...
E MAIS
Fotos...

O Pontinho preto na cabeça do escorpião é seu olho telescópico. O tamanho do gancho e das pinças determina o quanto são venenosos... quanto menores forem mais perigosos se tornam.

Uma cutucadinha, com todo respeito!

Destilando seu veneno... só uma gotinha para mostrar do que é capaz!

Em paz com a raça humana! 

As vezes falar não é preciso!

Nosso projeto em Botswana foi o de desenvolver junto as crianças de uma comunidade local, um trabalho de arte que pudesse despertar nelas uma consciência ambiental.
E que melhor maneira para fazer isso do que criar animais selvagens com sucata?
Pois bem, tivemos algum tempo antes do nosso primeiro dia na escola para nos adaptarmos à vida local, ao clima, ao fuso e principalmente, para fazer nosso primeiro game drive.
Isso foi sensacional, poder entrar em contato com a vida selvagem, com os animais do cotidiano das crianças, antes da nossa incursão na escola, nos deu uma ideia muito clara de como nosso trabalho poderia ser desenvolvido.
Inesperadamente, no nosso primeiro dia de game drive, fomos brindadas com cenas impressionantes. Elefantes muito próximos e uma girafa bebendo água.
Observar a girafa beber água é um evento por si só. Aquele animal elegante e altivo, todo desengonçado descendo seu pescoço enorme até o leito do rio. As pernas antes tão elegantes, longas, se abrem de e uma maneira classuda criando uma imagem desengonçada e a girava se inclina toda para alcançar a água.
De tão desengonçada a girafa fica elegante até fazendo isso, pois é com graça e muita calma que ela ajusta seu corpanzil para poder se refrescar.
Soubemos que ela pode passar até 3 dias sem beber água. Mas quando o faz, dá um espetáculo, um ballet digno de flashes e aplausos no final. E como eu intitulei o texto "as vezes falar não é preciso"... ilustro meus pensamentos com belas imagens!
Bellet da água com direito a plateia de galinhas!

Essa era grande mesmo! Um adulto e como diria a camila "as girafas são tão grandes que comem árvores como se fossem brócolis"

Querida amiga, apesar de eu ter perdido as suas fotos deste dia, tenho essa para provar que vc tirou as fotos... Sorry! Sinto muito mesmo!
Bom, depois deste emocionante passeio e deste encontro com as girafas e elefantes tão de perto, não tivemos dúvidas na hora de escolher os animais que seriam trabalhados com as crianças.
Na verdade, nossa ideia primeira, seria que cada criança pudesse escolher os animais, mas não tínhamos tanto tempo e perdemos um dia na escola por conta de um feriado que esquecemos completamente!
A solução foi criarmos os esqueletos e levarmos para as crianças darem o acabamento. E elas, trabalharam duro no final de semana e pasmem... no feriado também!
Foi muito divertido, pois quando chegamos com um elefante e uma girada feitos de caixas, garrafas papelão e fita crepe, as crianças não entenderam o que estava acontecendo, olharam desconfiadas... e quando eu disse a elas... que aquilo era um elefante, elas arregalaram os olhos...
Durante os 4 dias que se seguiram nasceu das mãos habilidosas das crianças com ajuda dos artistas locais, professores e nossas (Camila, Janaina e Alessandra) um lindo bebê elefante e uma enorme girafa cheia de charme com direito a lábios carnudos e cílios coloridos no melhor estilo Sucatinha de Luxo.
Trabalhar com as crianças da comunidade de Moreomaoto foi uma experiência das mais enriquecedoras. Primeiro porque elas só falavam o idioma local, setswana ou (tswana), segundo porque em dois minutos descobrimos que isso não seria problema algum.
Nós logo descobrimos que na Arte o corpo e a mente trabalham em uníssono e a boca não precisa de palavras para expressar  o que os olhos veem e o que os gestos executam! As imagens e ações falam por si só ganham voz. O ouvido entende o silêncio. Os sons da natureza invadem o ambiente e tudo ganha sentido quando ouvimos o som do pincel acariciando e dando cor a mais uma criação coletiva!
Foi só mostrar pincel e tinta e as crianças logo entenderam o que era para fazer.
Para empapelar os animais tb! Bastou que observassem uma vez.
Quando propus que fizessem uma fila para pintar as manchas da girafa, nem precisei falar, fiz um gesto e logo uma fila de crianças se formou. Também não precisei dizer que cada criança pintaria apenas um quadrado e deveria voltar para o fim da fila... elas fizeram tudo sozinhas.
Claro que não sou nenhum gênio, nem descobri a lâmpada... mas o que quero dizer é que no universo infantil e também no universo da  Arte não há necessidade de palavras... as crianças precisam de exemplos, aprendem melhor e com mais atenção de e
stiverem usando apenas os sentidos mais básicos, mais instintivos, aqueles que elas que elas conhecem desde que nascem. A visão, o tato, a ação!
Observar e praticar a ação são ensinamentos mais que importantes numa sala de aula quando não houverem palavras a serem ditas ou idioma para interagir... Ação é tudo que precisa!
A troca de informações foi tão grande que no ultimo dia, brincamos com as crianças de batata quente... e qual não foi minha surpresa quando elas começaram a cantar a música... batata quente, quente quente.... direitinho para brincar... Depois nos ensinaram a brincadeira do gato e rato... fui rato e me diverti tanto quanto elas!
Usamos assas de borboletas, antenas, caras pintadas... mas o que mais usamos nesses dias... NOSSO CORAÇÃO! E quando damos voz ao coração, as palavras são desnecessárias.
Quem venham muitas outras crianças de muitas outras culturas... Nosso coração fala todas as línguas... Coração de sucata... coração de luxo... coração sucatinha de luxo!
Encontre outras fotos no facebook Ateliê Sucatinha de Luxo, ou no nosso Blog

http://www.sucatinhadeluxo.com.br


Elefante de papel machè (estrutura de sucata) e intervenção na árvore da escola com flores feitas de garrafa pet e pintadas pelas crianças. 


Esq. para Dir. : Alessandra, Cowboy, Janaina, Wafi, Camila, Dinnah  - um dos alunos e a girafa ao fundo! A foto é de autoria de uma das alunas do projeto (eu ensinei as crianças a usarem  a camera dgital) - Artistas locais e Sucatinhas com sua lider a Super Jana na Selva!