quinta-feira, 27 de outubro de 2011

LEÕES - Ao som e sabor da Imaginação

A imagem que me vem em mente quando penso na nos países africanos (ao sul pelo menos): LEÕES!

Depois de 16 dias em solo africano, ouvimos muitos turistas comentarem sobre essas criaturas magníficas, os verdadeiros reis da selva, os Leões. Ficamos muito empolgadas no nosso primeiro game drive... Claro que queríamos ver hipopótamos, rinocerontes, elefantes, girafas... mas também queríamos ver os reis... sua majestade o leão. 
Ah, nosso primeiro game drive foi tão emocionante tudo tão inspirador que até nos esquecemos dos leões... vimos elefantes e girafas... tão gandes... 
Mas tivemos a oportunidade de mais uma vez ir a um game drive... frustrante... não vimos nada... só um avestruz parado no meio do caminho, ocupando tudo tudo...
E como era grande o avestruz.... Avestruz!!!!!!!

Mas os leões tinham desaparecido... haviam se escondido sabe-se lá onde. Para nossa tristeza, não estavam visíveis.
Então numa madrugada de festa no rio, despestamos em outro sentido. 
A audição suprindo todos os outros sentidos. Ouvimos os leões rugindo. Tão alto, tão poderosos, que poderiam estar do nosso lado. E estavam. Sonoramente erámos capazes de jurar que se saíssemos da tenda, as 5h da manhã, poderiamos vê-los através de seus rugidos.
De fato estavam eles muito proximos.
Foi maravilhoso, uma sensação única poder ouvir os reis da selva tão pertinho... quase como um carinho.
Não importa que não experenciamos com a visão. mas quando se está na selva, tudo é imprevisivel... É assim a natureza, exige de nós alerta máximo em todos os nossos sentidos. Desperta-nos para todo o tipo de sensação e também intuição.
Não foi dessa vez que vimos os leões, mas certamente não faltarão oportunidades, pois ja aprendemos o caminho de volta... ;-)
Não é porque não vimos, e não fotografamos, que não sentimos sua presença lá. A experiência sonora do contato com este felino foi tão ou mais interessante que a visão. Os sons da selva são tão atraentes, ou mais do que aquilo que podemos ver ou tocar. Lidar com a imaginação é algo que os adultos não estão acostumados. Nós, somos artistas, adultas, mas nossa imaginação continua como a das crianças, intocada... estimulada... sensacional.
Eu posso dizer que vi o leão. Não com os olhos, mas com o ouvido e a imaginação!
Vale ouvir a vida é uma experiência sem comparação!

sábado, 8 de outubro de 2011

Banho sustentável!

A melhor coisa de estar em contato com a Natureza é saber que dá para se ter conforto sem precisar agredir o meio ambiente.
Durante nossa estada em Botswana, a hora do banho era o momento mais aguardado por mim.
Nosso banho era preparado por nós mesmas... Um momento divertido, inteligente e sustentável.

Caixa de metal onde ficavam armazenados 4 baldes com água
sistema de aquecimento solar
Ao lado do nosso chuveiro, havia uma caixa retangular de ferro com tampa de vidro e lá dentro, quatro baldes de água tomavam sol o dia todo e logicamente esquentavam muito.
Uma vez quente, a água era transportada para outro balde, nosso chuveiro propriamente dito.
O que entendemos por hora do banho, ou seja, chuveiro, era um balde com uma ducha acoplada alçado a uma altura razoavel, por um sistema de roldana...
Nós tomavamos nosso banho quentinho, super relaxante pois nosso box era a céu aberto e melhor, super ecologicamente correto.
Um único balde de água dava para lavar o corpo, cabelos e ainda nossas roupas íntimas, ou seja, ótima relação custo benefício... Algumas vezes Camila e eu dividíamos um balde, isso se o banho fosse rapidinho, sem lavar a cabeça... Naquele caso, dava para dividir o conteúdo de um balde...
Sistema de roldana para suspensão do balde... chuveiro
acoplado.
Enfim, vale lembrar - quando estivermos tomando banho no conforto das nossas casas - que a água do planeta está em extinção!
Então, porque não fechar o chuveiro para lavar os cabelos?
E... que tal usar a ducha com metade da potência, especialmente quando precisamos esperar a água aquecer? Afinal, não há necessidade de abrir todo o chuveiro enquanto esperamos!
E lá vão mais algumas dicas para um banho ecologicamente correto!
Atualmente é possível encontrar no mercado produtos de banho não agressivos ao meio ambiente, são aqueles bio degradáveis... Em Botswana tivemos a sorte de ter a nossa disposição alguns desses produtinhos. Todos produzidos pelos moradores locais... Uma delícia.




:-) Breve postaremos o vídeo do nosso banho!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Histórias com H. Homens e Hipopótamos!

..."Meu... o que vocês pensam... Aqui as coisas acontecem!". (Janaina Matarazzo - depois de nos contar uma história verdadeiramente triste de um desastroso encontro de um H Homem com um H Hipopótamo)

Lá pelas tantas, depois que já estávamos bem ambientadas na nossa rotina da selva, entramos naquela fase boa de ouvir e contar os "causos" :-) 
É claro que nossa narradora Janaína não nos poupava de grandes doses de pavor e frases de impacto! Era sempre muito divertido ficar ouvindo suas histórias... Certamente contadas por outra pessoa não teria a menor graça... Mas a Jana conseguia sempre um efeito inusitado na nossa fértil imaginação!

Numa dessas noites lindas de céu estrelado e lua cheia, nos aconchegamos no nosso local favorito do Camp, o tão carinhoso apelidado, zebrário. 

Lá, onde podíamos ver o por do sol e aguardar pacientemente o badalar do sino anunciando  o jantar juntamente com as zebras, as vezes gnus e outras vezes os avestruzes e elefantes...
Lá... onde o clima era tão calmo e inebriante, desde a decoração rústica  até a luz acobreada do sol poente, passando pelo som das zebras, pelo divino sabor de samosas e vinho branco, onde tudo era um convite a relaxar e conversar... Nós soubemos dessa triste historia com H.
E foi mais ou menos assim...
Numa dessas noites, pouco antes do sol se por vimos o emergir de uma cabeça... Em seguida um corpo gigantesco nadando graciosamente rio abaixo... Pouco depois, um comentário...
Hipo!
Hipo!
Lá estava ele... "Momento que passa - Hipopótamos que nada"
Foi um momento muito alegre aquele, pois poder observar um hipopótamo seguir tranquilamente seu rumo, ao por do sol, in natura, é, sem dúvida alguma, algo muito difícil.
Acompanhamos deslumbradas seu deslocamento até onde os olhos puderam alcançar... E então sua forma robusta, retangular e escura se perdeu no horizonte junto com o sol que se escondia onde o rio sumia das nossas vistas.
Registramos o momento, pois quando estamos na natureza, logo aprendemos que os instantes são, como diria Monet... "momentos que passam", e assim como faria Monet, com esses momentos que passam e não voltam mais, capturamos tudo num visor digital.
E como na selva tudo vira lição, soubemos que ele, o Hipo, é um animal bastante raro de ser visto, pois passa muito tempo submerso no rio! Já em terra, é tão rápido quanto seu corpo pode aguentar e atinge até 60 kmh, ou seja, é bem mais rápido do que poderíamos julgar... Alerta total, Hipopótamo fora d´água é tão ou mais perigoso do que na água!
..."Se um hipopótamo aparecer aqui, temos que sair correndo!" (Janaína Matarazzo - no dia em que fomos testar as bicicletas e paramos para comer próximas ao rio).
Pois é minha gente, Humanos e Hipopótamos... Um encontro que pode ser fatal!

Voltando àquela noite de contação de casos ao luar... Bom... Soubemos de uma história triste de um jovem local, que juntamente com sua namorada, haviam pego um barquinho, já muito doidos sob efeito de elementos organicos, que não vamos citar, e descido o rio. 
O clima era de romance entre os jovens,  até que o barquinho onde estavam, ousou perturbar o descanço do Hipopótamo.
O bichano, muito incomodado com a presença humana em seu território, atacou o casal, virou o barco e os namorados se viram na água. O corajoso jovem, para ajudar sua amada, travou numa batalha com o Hipo dentro da água e foi abocanhado e morto pelo animal, que até onde sabemos é um dos mais agressivos da selva!
A boca de um Hipopótamo tem uma abertura total e sua força é relativa ao seu peso e tamanho. Embora herbivoro esse animal é muito territorialista e ataca, no melhor estilo franco atirador, para defender seu espaço!
Obviamente ninguém gosta de ouvir uma história tão triste como esta, mas, às vezes é importante saber que no universo selvagem, nem sempre os animais estão em desvantagem em relação aos seres humanos. Há sempre o elemento surpresa!
Observar os animais em seu habitat natural é um exercício lindo e devemos fazer isso sempre que é possivel, pois os animais tem poder, tem energia e por meio de seu comportamento podemos aprender muito sobre as leis da natureza. Entretanto, observar significa também manter-se à uma distância segura e respeitar a individualidade, a dignidade e o espaço do animal.
O morador local sabia que corria riscos ao transitar num barco, a noite, num rio com crocodilos e hipopótamos. Digamos que ele não teve uma atitude muito sensata, convenhamos...
Como diria o slogan:
"Se beber não dirija e se fumar um orgânico, não reme! "
Eis mais uma das leis da selva! 
Ficamos muito tristes ao ouvir o relato de um incidente como o do Hipopótamo, mas como no mundo das sucatinhas tudo se transforma... o desfecho, ou melhor as nossas caras de pânico ao ouvir o fim da história... ah, isso foi hilário.
O poder transformador das nossas mentes criativas, logo transformou a tragédia numa comédia...É assim que as fadas agem...
Depois de ouvir esta tragédia com o morador local, descobrimos que havia sido recente. E então, o comentário da Jana:
" É... Aqui as coisas acontecem!"
Ficamos duras, Camila e eu, e logo o coletivo inconsciente nos levou à perguntar a mesma coisa... 
"Afinal, o que é que estamos fazendo aqui, meu Deus!"
No fim, demos muita risada! Pois ficamos imaginado e comparando a realidade da selva com a nossa em São Paulo.
E nem podemos dizer que na calada daquela noite, já recolhidas em nossa tenda,  fizemos um estardalhaço comparando, pois as noites em Botswana jamais eram silenciosas...
As noites em Botswana pareciam uma festa!
Os animais noturnos celebravam o que quer que fosse, toda noite, e nós, todas as noites nos juntávamos a eles dando sonoras gargalhadas do que quer que fosse! 
Sapos, pássaros, corujas, hienas, bois, grilos, cigarras, leões, esquilos (os mais barulhentos)... Enfim, toda a sorte de animais noturnos transformavam, com a nossa ajuda, a calada da noite numa imensa balada.
E nós, sucatinhas de luxo, ao som da natureza, todas noites, em nossa tenda, antes de dormir, fazíamos um desenho ou um retrospecto do nosso dia e as risadas eram muitas... gargalhadas mesmo, pois a selva que imaginávamos era mais parecida com o desenho do Madagascar, ou do Rei Leão... A realidade era absurdamente inusitada, quase... Surreal!
literalmente zebrando
Era sempre a mesma coisa, antes de dormir inspecionávamos a barraca, ascendiamos a lamparina e nos deitávamos abraçadas com nossas lanternas. Não tardava e logo o som das nossas gargalhadas se misturava aos sons noturnos da sapaiada...
Naquele dia, não sei porque, resolvi desenhar o Hipopótamo devorando o rapaz... Mas não fiz um desenho horrível... Nem pretendia tirar sarro de uma situação tão tragica. Mas, não sei porque, inventei uma história de amor entre Hipo e Humano!
O desenho saiu do meu coração, não foi pensado... Simplesmente aconteceu.  
O Hipo apaixonado por ciume devorou o rapaz... Foi tão espontâneo o desenho que quando terminei e mostrei para a Camila ela não se aguentou e caiu na gargalhada...
Depois de ouvir a história triste minha mente criativa criativa registrou
..."Alê, ficou ótimo... Temos que mostrar para a Janaina amanhã, isso aqui é surreal, parece que estamos num filme amiguinha... Que medo!"
A história realmente não era engraçada, mas da maneira como nos foi contada... E depois, quando na nossa cabana comparamos as tensões da vida selvagem com a vida urbana... Ah! Aquilo tudo parecia tão surreal quanto o filme crocodilo dundee... 
Conclusão:
Mundos muito diferentes... Naturezas opostas convivendo... É claro que nem sempre esse convívio é fácil... mas é bom saber que nem sempre o H dos humanos leva vantagem... Especialmente se encontra o H dos hipopótamos!
Enfim... a história não é linda, mas o desenho.... esse ficou impagável e rendeu muitas risadas no dia seguinte quando mostramos para a Janaina. 






quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Onde moram os escorpiões?

Assim como as milhares estrelas que enfeitam e enchem de alegria o céu noturno de Botswana, dezenas de pequenas meias luas estampam a areia escaldante do deserto de Kalahari!
Luas na areia? Pois sim!
Aprende-se muito na selva... Logo descobrimos com os bushman que lindas meias luas na areia escondem animais discretos, silenciosos e perigosos.
Bem vindo ao lar dos escorpiões!
Entre sem bater! Se não puder passar pela pequenina fenda... Se não tiver o líquido para encolher da Alice no País das Maravilhas... Faça como os Bushman... Cave logo!
A brincadeira bushman começa cavando as luas até encontrar o ilustre morador... Depois é só brincar com ele como se o perigoso e envenenado ferrão em sua cauda fosse apenas um acessório que torna a brincadeira mais animada. A brincadeira muito respeitosa (bincadeira e respeito duvidoso) termina com muito cuidado quando devolvem o animalzinho para seu lar refeito. Ah sim eles, os bushman, tomam o cuidado de refazer o lar do escorpião. Uma atitude respeitosa com a natureza antissocial do bichinho.
Nós reles turistas agradecemos, pois confesso que meu primeiro contato com um escorpião me arrepiou toda. Se pensarmos na violência urbana o escorpião perde em periculosidade e tamanho... mas na selva, sem energia elétrica.... à noite... com ou sem lua cheia e milhões de estrelinhas brilhantes... Evitar as meias luas é uma atitude de bom senso.

Era uma vez um escorpião amarelo gigantesco que quase se parecia com uma lagosta!
Um dia turistas e bushman encontraram sua lua... Lua em escorpião diriam os astrólogos.. E logo ele, que de tão discreto se esconde na areia, deu o ar de sua beleza!
Perturbamos sua paz... destruimos sua lua... reconstruímos sua casa.
Descobrindo que há beleza beleza e atitude num escorpião e que assim como no zodíaco, são criaturas misteriosas e obervadoras... tem um olho no topo da cabeça. Um olho telescópico!
Sem mais palavras...
Olhos nos escorpião!
Melhor mostrar logo... Como eu gosto de fazer...
Fotos...
E MAIS
Fotos...

O Pontinho preto na cabeça do escorpião é seu olho telescópico. O tamanho do gancho e das pinças determina o quanto são venenosos... quanto menores forem mais perigosos se tornam.

Uma cutucadinha, com todo respeito!

Destilando seu veneno... só uma gotinha para mostrar do que é capaz!

Em paz com a raça humana! 

As vezes falar não é preciso!

Nosso projeto em Botswana foi o de desenvolver junto as crianças de uma comunidade local, um trabalho de arte que pudesse despertar nelas uma consciência ambiental.
E que melhor maneira para fazer isso do que criar animais selvagens com sucata?
Pois bem, tivemos algum tempo antes do nosso primeiro dia na escola para nos adaptarmos à vida local, ao clima, ao fuso e principalmente, para fazer nosso primeiro game drive.
Isso foi sensacional, poder entrar em contato com a vida selvagem, com os animais do cotidiano das crianças, antes da nossa incursão na escola, nos deu uma ideia muito clara de como nosso trabalho poderia ser desenvolvido.
Inesperadamente, no nosso primeiro dia de game drive, fomos brindadas com cenas impressionantes. Elefantes muito próximos e uma girafa bebendo água.
Observar a girafa beber água é um evento por si só. Aquele animal elegante e altivo, todo desengonçado descendo seu pescoço enorme até o leito do rio. As pernas antes tão elegantes, longas, se abrem de e uma maneira classuda criando uma imagem desengonçada e a girava se inclina toda para alcançar a água.
De tão desengonçada a girafa fica elegante até fazendo isso, pois é com graça e muita calma que ela ajusta seu corpanzil para poder se refrescar.
Soubemos que ela pode passar até 3 dias sem beber água. Mas quando o faz, dá um espetáculo, um ballet digno de flashes e aplausos no final. E como eu intitulei o texto "as vezes falar não é preciso"... ilustro meus pensamentos com belas imagens!
Bellet da água com direito a plateia de galinhas!

Essa era grande mesmo! Um adulto e como diria a camila "as girafas são tão grandes que comem árvores como se fossem brócolis"

Querida amiga, apesar de eu ter perdido as suas fotos deste dia, tenho essa para provar que vc tirou as fotos... Sorry! Sinto muito mesmo!
Bom, depois deste emocionante passeio e deste encontro com as girafas e elefantes tão de perto, não tivemos dúvidas na hora de escolher os animais que seriam trabalhados com as crianças.
Na verdade, nossa ideia primeira, seria que cada criança pudesse escolher os animais, mas não tínhamos tanto tempo e perdemos um dia na escola por conta de um feriado que esquecemos completamente!
A solução foi criarmos os esqueletos e levarmos para as crianças darem o acabamento. E elas, trabalharam duro no final de semana e pasmem... no feriado também!
Foi muito divertido, pois quando chegamos com um elefante e uma girada feitos de caixas, garrafas papelão e fita crepe, as crianças não entenderam o que estava acontecendo, olharam desconfiadas... e quando eu disse a elas... que aquilo era um elefante, elas arregalaram os olhos...
Durante os 4 dias que se seguiram nasceu das mãos habilidosas das crianças com ajuda dos artistas locais, professores e nossas (Camila, Janaina e Alessandra) um lindo bebê elefante e uma enorme girafa cheia de charme com direito a lábios carnudos e cílios coloridos no melhor estilo Sucatinha de Luxo.
Trabalhar com as crianças da comunidade de Moreomaoto foi uma experiência das mais enriquecedoras. Primeiro porque elas só falavam o idioma local, setswana ou (tswana), segundo porque em dois minutos descobrimos que isso não seria problema algum.
Nós logo descobrimos que na Arte o corpo e a mente trabalham em uníssono e a boca não precisa de palavras para expressar  o que os olhos veem e o que os gestos executam! As imagens e ações falam por si só ganham voz. O ouvido entende o silêncio. Os sons da natureza invadem o ambiente e tudo ganha sentido quando ouvimos o som do pincel acariciando e dando cor a mais uma criação coletiva!
Foi só mostrar pincel e tinta e as crianças logo entenderam o que era para fazer.
Para empapelar os animais tb! Bastou que observassem uma vez.
Quando propus que fizessem uma fila para pintar as manchas da girafa, nem precisei falar, fiz um gesto e logo uma fila de crianças se formou. Também não precisei dizer que cada criança pintaria apenas um quadrado e deveria voltar para o fim da fila... elas fizeram tudo sozinhas.
Claro que não sou nenhum gênio, nem descobri a lâmpada... mas o que quero dizer é que no universo infantil e também no universo da  Arte não há necessidade de palavras... as crianças precisam de exemplos, aprendem melhor e com mais atenção de e
stiverem usando apenas os sentidos mais básicos, mais instintivos, aqueles que elas que elas conhecem desde que nascem. A visão, o tato, a ação!
Observar e praticar a ação são ensinamentos mais que importantes numa sala de aula quando não houverem palavras a serem ditas ou idioma para interagir... Ação é tudo que precisa!
A troca de informações foi tão grande que no ultimo dia, brincamos com as crianças de batata quente... e qual não foi minha surpresa quando elas começaram a cantar a música... batata quente, quente quente.... direitinho para brincar... Depois nos ensinaram a brincadeira do gato e rato... fui rato e me diverti tanto quanto elas!
Usamos assas de borboletas, antenas, caras pintadas... mas o que mais usamos nesses dias... NOSSO CORAÇÃO! E quando damos voz ao coração, as palavras são desnecessárias.
Quem venham muitas outras crianças de muitas outras culturas... Nosso coração fala todas as línguas... Coração de sucata... coração de luxo... coração sucatinha de luxo!
Encontre outras fotos no facebook Ateliê Sucatinha de Luxo, ou no nosso Blog

http://www.sucatinhadeluxo.com.br


Elefante de papel machè (estrutura de sucata) e intervenção na árvore da escola com flores feitas de garrafa pet e pintadas pelas crianças. 


Esq. para Dir. : Alessandra, Cowboy, Janaina, Wafi, Camila, Dinnah  - um dos alunos e a girafa ao fundo! A foto é de autoria de uma das alunas do projeto (eu ensinei as crianças a usarem  a camera dgital) - Artistas locais e Sucatinhas com sua lider a Super Jana na Selva!


Cavalinhos de Pijamas!

Depois que voltamos de Botswana, ficamos com a sensação de que alguma coisa está faltando aqui na selva de pedras...
É claro que nem precisamos pensar muito para saber o que é. Enquanto estávamos lá, nossos dias eram preenchidos com um som que nunca mais vou me esquecer e que quando me lembro, sinto vontade de rir de puro contentamento.
O som das zebras.
A saudade de zebrar! Ah sim, como era bom zebrar após o almoço, ou pela manhã após o café da manhã, antes de seguirmos para a escola.
Zebrar, verbo que usamos durante todos os 15 dias para descrever a sensação única de nos sentarmos em frente ao vale, e simplesmente, em silêncio, ficarmos observando as zebras... listradas criaturas com cara do Mr. M. bebendo água.
Aprendemos bastante sobre a vida desses alegres cavalinhos. E os big five que me desculpem, mas não há na selva animail mais amistoso, simpático e com cara de sucatinha de luxo do que a zebra.
Então, zebrar era mais ou menos assim...
Pegávamos nossas máquinas fotográficas... ajustavamos nossos postos e o zoom, é claro, e lá ficavamos nós ouvindo as zebras e clicando... Ficamos tão craques em zebrar que agora, olho para as faixas de pedestres e sinto falta do som simpáticos das zebrinhas...
Elas nos olham com curiosidade, depois com charme e graça somem das nossas vistas. Não tanto, pois com seu design, fica difícil se perder...
E eram tantas as zebras, que quando chegávamos ao zebrário, e elas não estavam, dava uma sensação de vazio que só poderia ser preenchida pelas listras pretas e brancas. Então era só ajustar os olhos para o horizonte e esperar. Como num passe de mágica, nossas amigas de pijamas apareciam sempre alegres, e aos montes. Nunca pensei que veria tantas zebras assim na africa e nem que este animal simpático me faria tanta falta aqui em São Paulo.
Não vou negar que quando parti para a Africa, sonhava com os leões, elefantes e girafas... mas não pude me conter e logo no primeiro dia, me apaixonei pelas zebras... são criaturas encantadoras... adorava ficar sentada zebrando e descobrindo padrões listrados em suas diferenças... Ah, pois não há no mundo uma zebra igual a outra!
Definitivamente, zebrar está fazendo falta! Mas quando a saudade aperta, podemos fechar os olhos e nos transportar para o zebrário (apelido carinhoso que demos ao local de observação do vale). E para quem não estava lá... as fotos ajudam a ter uma ideia...
E lá no fundo... As zebras!

Posto Oficial para fotografar as zebras! 

E quando eu digo que eram muitas... Não estou exagerando... Isso era uma pequena fração de muito!

Alguém quer contar as listras?
Que venham as zebras!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Leões, zebras, gnus e urubus!






































Não dá para ir até a Africa e não sonhar com o Leão, o rei da Selva.
Em Botswana ele realmente reina absoluto, é o rei dos felinos.
Nossa aventura pelo parque não nos possibilitou a chance de encontrar esse gatão, mas nos deixou com um gostinho de quero mais e com uma bela desculpa para voltar.
Os Leões são criaturas que caçam e adoram uma zebra ou um Gnu. O parque nacional é cheio de carcaças desses animais, que depois de devorados pelos leões, leopardos, hiena, servem de alimento para os Urubus.
Esses pássaros vivem em ninhos enormes nas copas das arvores mais altas, pode ter a cabeça branca ou preta, nós vimos os dois tipos. Os Urubus não caçam, mas se alimentam da caça dos outros animais... São os espertinhos da natureza... Ficam em seus ninhos no topo das árvores só "URUBUZANDO" daí o porque da expressão! Quando percebem que tem uma carniça no pedaço atacam! Uns fofos esses bichinhos! :-)
Mas então voltando às carcaças, elas permanecem no local onde foram abatidas.
Passar pelo parque de carro e ver essas carcaças nos dá a certeza de que estamos na natureza. A primeira vez que vi uma carcaça no parque fiquei meio chocada, era uma carcaça de elefante e estava servindo de banquete para os Urubus. Então tudo fez sentido. Na natureza selvagem do deserto de Kalahari, os animais lutam pela sobrevivência, seja caçando ou fugindo de seus caçadores, eles lutam pela vida e por ícrível que pareça é uma luta justa.
Cada animal é uma pintura, cada um tem em sua genética características que os disfarçam e camuflam tornando-os seguros. Já os caçadores, tem melhor visão, melhor olfato, e são ágeis.
Enfim é um mundo justo... Nenhum animal mata outro se não for para se alimentar. As espécies vivem colaborativamente.
Os Gnus, por exemplo, vivem com as zebras e compartilham o alimento, pois o que a zebra despreza o Gnu come. Esses animais de beleza duvidosa, são lindos em bando, correndo, por outro lado, apavoram pela sua estética e estranha corcunda. São tímidos, fogem, se escondem. São saborosos para os Leões e Leopardos...
Os Gnus, enxergam muito mal, e contam com o auxilio da boa visão das zebras para poderem fugir de seus predadores.... ao menor sinal de perigo são os primeiros a desaparecer.
Já as zebras, com seu visual psicodélico, não poderiam ser mais escandalosamente chamativas, certo? Errado! As zebras vistas de longe são cinza.... uma camuflagem excelente considerando o fato de que os Felinos tem visão de longo alcance. Resultado, tudo na natureza é certo...
Pode parecer cruel, mas é justo e merece respeito!
A pele da zebra ainda é alvo de muitos caçadores, que matam esses belos animais para poder vender suas peles por valores no mínimo tão escandalosos quanto as belas listras do animal. Uma pele de zebra chega a custar U$ 8000,00. A pele do animal morto pode até ser avaliada... mas ter o privilégio de ver um animal tão lindo na natureza não tem preço! Vamos pensar nisso!

Respeitável Publico! Apresentamos... os ELEFANTES "in natura"

Elefante Africano - Foto tirada no parque nacional durante um game drive
Falar da emoção que tivemos ao ver nosso primeiro elefante não é tão simples assim.
Ve-los tão imponetes na natureza, observar seu andar macio, seu corpo gigante e suas presas de marfim não é uma experiência fácil de explicar. Envolve muitos sentimentos, amor, respeito, admiração, medo, fascínio e principalmente paciência, pois o tempo dos elefantes é outro!
Quando fomos ao nosso primeiro Game Drive, um passeio de 4x4 dentro do parque nacional tivemos a honra de encontrar  MUITOS elefantes comendo calmamente um arbusto bem próximo do nosso carro! Mas foi só no ultimo Game Drive que pudemos obervar um elefante africano com menos de 5 metros de distância... Uma experiência que vou guardar para sempre na memória e lógicamente no cartão SD da camera digital!
Os elefantes nos fascinam desde sempre, e poder ve-los em seu habitat natural é algo completamente diferente do que ve-los no zoológico ou no circo, domesticados, tolidos de sua rotina natural.
No parque os elefantes são realmente grandes. Talvez por não viverem em cativeiro sejam mais desenvolvidos, não sei explicar, mas eles tem um tamanho descomunal e passam uma sensação de poder, confiança, calma e equilibrio que é difícil não notar e admirar. Eles pedem por respeito!
Os elefantes são entidades sagradas, imensos e muito perigosos apesar de não serem hostis.
Por onde passam derrubam arvores, cercas, fazem acrobacias incríveis com suas trombas compridas e dependendo do caso, podem sim atacar e matar humanos. Não são poucos os casos de morte por elefantes, especialmente na Ìndia, onde é comum vê-los dosmeticados.
Enfim, por seu tamanho, beleza, poder e força, é preciso, assim como tudo na natureza, respeitar esses animais!
Como o elefante é o nosso animal favorito, resolvemos fazer com as crianças na escola um baby elephant.
Foi uma experiência única, as crianças se envolveram e fizemos um worshop maravilhoso num sábado, domingo e segunda e terça (final de semana e feriado).
Ficamos muito contentes pelo empenho das crianças, principalmente de ver como elas estavam contentes em poder realizar algo tão diferente! Criar um animal tão comum ao cotidiano, em forma tridimensional, ou seja, escultura, em tamanho grande, coletivamente!
Nosso workshop teve várias etapas e no final, quando sentamos em roda para perguntar às crianças o que elas mais tinham gostado, a resposta foi unanime... "o ELEFANTE", responderam.
Enfim, o que falar desses nossos amiguinhos gigantes...
Aprendi muitas coisas sobre o costume dos elefantes e agora vou compartilhar um pouco.
Andando pela comunidade, pelo camp e também pelo parque nacional, notamos que muitas árvores estão caídas... Lógicamente quando perguntei o motivo, a resposta foi... Os elefantes derrubam.
Bom, fiquei pensando nisso durante muitos dias... e minha curiosidade não aguentou, no ultimo dia em que estávamos no camp fui procurar saber porque eles derrubavam as árvores....
Fiquei surpresa com a lição!
A mãe natureza é sábia e seus filhos naturais são muito bem educados... Exceto os filhos humanos!
Os elefantes derrubam as árvores para comer a copa. Pois as folhas recebem mais luz do sol, ficam mais doces e macias e tem mais nutrientes. Achei meio triste saber que eles derrubavam as árvores para comer a copa, me pareceu meio egoísta, fiquei me perguntando... e as girafas?
Mas então tive uma outra lição da natureza.
Quando os elefantes derrubam uma árvore, eles proporcionam alimentação rica em nutrientes para os animais de médio e pequeno porte que vivem no parque. O restante o solo absorve como nutriente.
Como eles nunca derrubam as árvores pelas raízes, a árvore continua a crescer, ou seja, eles não matam as árvores e ainda ajudam a enriquecer o solo e a alimentar pequenos animais com folhagens mais ricas. Resultado... Os elefantes são animais que ajudam a equilibrar o meio ambiente de forma muito bonita, apesar de parecer radical, uma árvore caída serve para muitas coisas!
Ao mesmo tempo em que tira, o elefante devolve para o ambiente o que comeu, pois até as suas fezes são reaproveitadas...
O ELEFANTE É UM ANIMAL SUSTENTÁVEL.... É UM VERDADEIRO "SUCATINHA DE LUXO"

* Voces sabiam que os Bushman (índios locais) usam o cocô do elefante como repelente de insetos? Segundo eles, o cocô seco quando queimado produz uma fumaça que repele os insetos.... Adorei a informação.
Também é possível, segundo a cultura Bushman, usar o cocô do elefante para aliviar dores de cabeça e outros tipos de mal estar. O cocô do elefante também é usado para o artesanato local, ou seja, pode-se fazer papel reciclado com ele e outras inveções malucas... Nós por exemplo usamos de bola para jogar volei! foi muito engraçado!
Jogando volei com..... cocô de elefante!


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sábado, 1 de outubro de 2011

inspecionando a barraca

Gente, acampar na selva é no mínimo uma experiência surreal.
Quando vimos nossas barracas quase não acreditamos! Eram duas barracas enormes. Deu o maior frio na barriga!
Dormir sozinhas na selva na primeira noite não estava nos nosso planos. Tratamos logo de resolver o probleminha mudando a cama da Camila para a minha barraca... fizemos um chalé duplo muito charmoso, com decoração de borboletas, mas isso a Camila pode explicar melhor, não é amiga?
Enfim, depois de receber todas as instruções da Jana, que tratou logo de apavorar, ficamos um tempo arrumando nossas coisas na barraca pensando que graças aos céus, poderíamos morar na mesma barraca!
Conselhos de Jana
* não deixe roupas espalhadas
* sacudam as roupas toda vez, para ver se não tem escorpião.
* antes de dormir, olhem a barraca para ver se não tem escorpião, cobra, barata, aranha... Etc.
* não deixem o fogo da lamparina muito alto pois pode pegar fogo na barraca!
* apaguem a lamparina antes de dormir
* Nunca, jamais, em hipotese alguma, deixem a barraca com o zíper aberto.
* para ir ao banheiro à noite, usem SEMPRE calçado e LANTERNA
* se vir uma cobra grite por socorro
* se vir um elefante... sei lá reza para ele não derrubar a barraca.
* se ouvir o leão rugindo não se preocupe, ele está do outro lado do rio e não é muito fá de água, logo não atravessa o rio.
* Se ouvir qualquer outro animal... vc está na selva!
* se ventar forte a barraca pode soltar.
* Se o vento for um tufão, vc pode acordar no mundo de oz!
*Se chover tem que fechar a barraca.
Cuidado com a barraca... Durmam bem!
Jana, Amamos você

Ah... Como não podia deixar de ser, tivemos nosso dia de relax total... para comemorar o sucesso na escola, tomamos umas inocentes tacinhas de vinho (tomamos só duas e meia) e aí, fomos inspecionar a barraca... então... isso é TOTALMENTE DESACONSELHÁVEL. Olha só o que aconteceu...
Felizmente não houve registros de escorpiões! kkk
Este vídeo é de autoria de Camila di Giacomo... e está sujeito a ser retirado do ar a qualquer momento... kkkkkkkk divirtam-se com nossos momentos lúdicos!

Primeiras lições no Camp

Abelha se alimentando de uma flor de acacia
Assim que se chega ao camp, a primeira impressão é de que voltamos no tempo. Depois temos a certeza de que estamos num lugar mágico.  Então, tudo se confirma quando nos deparamos com uma vista deslumbrante de um vale com um rio e zebras, milhões de zebras bebendo água. Não poderíamos ter tido melhor recepção. Direto da realidade urbana para a vida selvagem.
Ah sim que diversão.
Vida selvagem, acampamento, areia, sol, zebras, cobras, aranhas, escorpiões e uma barraca!
Foi muito divertido aprender como tomar banho ao ar livre usando o melhor sistema... Balde.
Ah sim não podemos nos esquecer do melhor banheiro que já usei.... todo aberto, com vista para as zebras. Muito bonitinho, mas perigoso... Um dia encontramos uma aranha passeando por lá. Não era pequena como nós de São Paulo estamos acostumadas a ver... Uma senhora aranha... É, essas coisas acontecem na selva e a aranha não nos impediu de usar o banheiro.... fingimos que ela não estava lá, e ela resolveu fazer o mesmo... então, em perfeita harmonia com os habitantes locais, acabamos fazendo amizade com a arcnídea e convivemos pacificamente durante 2 dias!

Bom, mas nada se comparou à nossa primeira noite na cabana. Medo foi pouco.
Tivemos logo um ataque de riso, misturado com medo de escorpião e do escuro.
Os sapos fizeram uma festa na beira do rio e o som da sapaiada era de morrer de rir. Nós ficamos horas na barraca rindo e pedindo para os sapos irem dormir. Nada feito.
Dormir no camp na primeira noite foi muito, mas muito engraçado mesmo. Desenvolvemos um sistema de inspeção da barraca antes de dormir e durante todo o tempo que ficamos lá, inspecionamos a barraca todos os dias.
Isso nos rendeu um vídeo dos mais engraçados.
Ah, desenvolvemos também um sistema de iluminação, ou seja, quando apagávamos a lamparina, dormíamos agarras às nossas lanternas. Sistema fabuloso para quem acordou no meio da noite todas as noites. Para ir ao banheiro de madrugada, era só inspecionar o tenis, calçá-lo pegar a lanterna, abrir a barraca (2 zíperes) fechar a barraca, e ir ao banheiro sempre olhando o chão de areia!
Para voltar ídem!
Desenvolvemos sistemas para tudo nesta viagem, Até para evitar sair da barraca de madrugas para ir ao banheiro.... Desenvolvemos um penico Sucatinha de Luxo! :-) Mas eu não testei...
Tudo baseado nos nossos mentores os Cassetas, ou seja, tudo no melhor estilo tabajara!
Bom, para nossa primeira noite na selva, até que nos saímos muito bem!
Não ficamos com medo, mas ficamos grudadas eu e Camila como duas gemeas siamesas... onde uma ia, a outra ia atrás com a lanterna!
Tivemos que fazer um investimento nas lanterninhas solares, pois luz nunca é demais.
E por falar em luz... Eis aí uma bela foto do nosso primeiro por do Sol na Africa! Com direito a um alô do Hipopótamo!
Ah sim, luz no Camp só a natural... Depois das 17h, só lanterna! Muito gostoso! Vou sentir falta!

16 de setembro... chegando em Botswana

Queridos amigos... Depois de viajar 8 horas de São Paulo para Johannesburg, pudemos dar um passeio pela cidade de Nelson Mandela. Conhecemos a ponte que leva o nome dele... uma miniatura da nossa ponte estaiada. A cidade é baixa, não tem edificios e impressiona pela arquitetura moderna. Vimos a velha estação de trem que foi desativada... uma construção bonita nos moldes ingleses!
A coisa mais divertida de andar por Johannesburg foi notar a quantidade de pequenos salões de cabeleireiro, praticamente um para cada habitante! :-)
Foi incrível ver os penteados das mulheres.. umas com perucas muito diferentes lembrando os cabelos das  francesas do século passado. Algumas com as famosas trancinhas tão elaboradas que dá para perdem um bom tempo tentando entender como são feitas.
Enfim, as damas sul africanas são no mínimo exóticas.
Dia seguinte, fomos para Botswana.
Janaina já estava nos esperando no aeroporto e foi muito lindo descer do avião e ve-la no segundo andar do aeroporto tirando fotos da nossa chegada. Adoramos, foi uma recepção calorosa depois do frio de Johannesburg.
Enfim, passamos nossas horas em Joburg rodando pela cidade de taxi num dia muito frio. Mas chegar em Botswana com um sol de 30 graus, compensou!
Não pudemos entender muito sobre o estilo de vida dos sul africanos, apenas constatamos, de uma maneira não muito bacana que o racismo é muito presente, o que é muito triste, ainda hoje num país que tem Nelson Mandela como um símbolo nacional.
De qualquer modo, foi interessante passarmos pelo preconceito, pois nós nunca entendemos o sentido de sofrer um preconceito por sermos da cor que somos. É muito triste saber que as pessoas ainda não superaram isso.
Mas, tudo mudou quando chegamos a Botswana.
Logo na chegada descobrimos que as pessoas são doces e alegres, e sempre muito educadas.
Maun, que foi a cidade que nos acolheu é um lugarzinho pitoresco, lembra muito uma cidade de praia sem praia... Botswana tem quase 80% do seu território ocupado pelo deserto de Kalahari... o que significa nenhum asfalto e muita areia e vida selvagem.
A cidade de Maun é recortada por um rio e é muito simpática e animada...
Seguimos duas horas num off road 4x4 pilotado pela nossa querida Jana. Ah! Sim, não posso esquecer de mencionar que como ex colonia britanica, Botswana e tb Africa do Sul, tem os carros com a direção do lado direito... Então foi muito engraçado viajar vendo tudo do lado errado! Ou melhor do lado certo! Afinal o conceito automóvel é mesmo britanico!
Duas horas de estrada com burrinhos, bodes e gado atravessando de um lado para outro... uma buzinada aqui, outra acolá e os bichos, paravam para nos das passagem. Mas não resistimos quando encontramos um burrinho literalmente encalhado no meio da estrada. Tiramos muitas fotos, pois o bichano era muito fofinho. Aliás não vimos em Botswana nenhum animal com o olhar tão doce quanto o dos burrinhos.
Bodinhos de todas as cores pipocavam da estrada... Lembrei da obra de Chagall, bode tocando violino que tem todo um significado no filme Um Lugar Chamado Notting Hill. Ah os bodes... vou sentir saudades.
Enfim, depois de percorrer a estrada sem fim, totalmente plana, reta e sem uma paisagem diferente das árvores espinhentas secas, areia e bodes, vacas e burrinhos, entramos numa rua de areia e lá começou nossa aventura.
Passando por meio de espinhos enormes que de vez em quando esbarravam no carro, descobrimos em pouco tempo uma placa de madeira escrito, Meno a Kwena! Ali atravessamos a tal da "cerca" e logo a Jana exclamou
"Aqui começa a reserva, estamos do lado selvagem da cerca!"
Ali começava nossa aventura.


(Alessandra Cherazard Maiello)